Promoção da literacia digital pelos professores como estratégia para a igualdade de género nos primeiros anos da educação básica

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Promoção da literacia digital pelos professores como estratégia para a igualdade de género nos primeiros anos da educação básica

DIGEQUALGENDER

Resumo do projeto 

O projeto DIGEQUALGENDER pretende acompanhar o impulso que a digitalização teve na Educação, devido à pandemia do COVID-19, para mostrar que esta mudança das práticas pedagógicas pode ser rentabilizada como estratégia futura na promoção da igualdade de género nas Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM), logo nos primeiros anos de escolaridade.
 
O estudo em destaque resulta de uma parceria entre a Universidade Aberta (LE@D-Uab), o Instituto Politécnico do Porto (ISEP P.Porto), a Universidade do Porto (CIIE-FPCEUP) e a Fundação La Caixa (Observatório Social), tendo obtido apoio institucional da Direção-Geral da Educação (DGE). A equipa de investigação é constituída por Ana Mouraz, Marina Duarte e Ana Nobre, e conta com a colaboração da Direção-Geral da Educação, do Centro de Formação EDuFOR e da EDThink.

Partimos  da constatação de que a concentração desigual de mulheres e homens na educação, com as mulheres a preferirem áreas como a educação, saúde, assistência social, humanidades e arte, tem sido indicado como um problema persistente em Portugal, que tem conduzido a uma enorme segregação na educação e no mercado de trabalho, no que respeita aos diplomados em TIC (18,6% mulheres e 81,4% homens), aos especialistas (15,7% mulheres e 84,3% homens), assim como aos cientistas e engenheiros em setores altamente tecnológicos (20,2% mulheres e 79,8% homens). Todos sabemos, não só que a Educação é o campo por excelência de transformação das conceções rígidas dos papéis sociais atribuídos a homens e a mulheres, mas também que é sempre pertinente começar este processo de mudança tão cedo quanto possível. Por isso, procuramos responder às seguintes questões de investigação: como é que os atuais professores do 1.º ciclo do ensino básico percebem ou integram os seus conhecimentos digitais nas suas práticas pedagógicas? Como percebem as diferenças entre as competências digitais dos meninos e das meninas, e os apoiam diferenciadamente para alcançar equidade em relação às competências digitais? 

Este é um estudo quantitativo que tem como população de referência os professores do 1.º Ciclo do Ensino Básico em exercício efetivo de funções nas escolas públicas portuguesas. Pretende-se conseguir uma amostra que abranja cerca de 4000 professores (15% da população).

Os resultados esperados serão a caracterização dos professores portugueses do 1.º Ciclo do Ensino Básico, as suas crenças e práticas relativas à promoção de competências digitais dos alunos e alunas, nomeadamente as relacionadas com a diferença de género. Ao fazê-lo, produziremos conhecimento sobre as condições de igualdade de oportunidades para meninos e meninas em matéria de competências digitais, necessárias para garantir a cidadania numa era digital. Adicionalmente, cada Diretor de Agrupamento de Escolas, cujos professores tenham participado no estudo, receberá um relatório com resultados agrupados e anonimizados relativos ao seu agrupamento.